Prémio do Concurso Uma Aventura 2019 Menção Honrosa Texto Coletivo original Turma B

     Aqui, o texto é apresentado com as nossas ilustrações. No concurso, participou apenas o texto.

Como os tubarões se tornaram nossos amigos

          Olá! Eu chamo – me Trinquinhas e sou um tubarão.

     Mas eu não sou carnívoro! Eu nasci no reino da Agualândia, bem lá no fundo do mar, onde os Terrenáqueos construíram uma civilização longe dos Humanos, para deles se protegerem. Durante milhares de anos, os Terrenáqueos (que não respiram debaixo de água) viveram tranquilamente nas suas cúpulas, no fundo do mar. Nós, os tubarões, temos sido os seus agentes de limpeza.

    Porém, ultimamente, o mar ficou tão sujo que o rei Tutuba pediu a uma equipa de tubarões da qual faço parte, que viesse convencer os tubarões que convivem com os Humanos a irem viver para a Agualândia.

     Mas eu não encontrava tubarões. E todos os animais que me viam fugiam a sete barbatanas.

     Um dia, vi um humano que nadava e dizia:

     - Tu és corajoso! Tu não tens medo de mergulhar! Força, Celso, força! Aqui não há tubarões!

     Ao ouvir isto, pensei que aquele humano tinha muito medo de tubarões. Então, como podia aproximar-me? De repente, começou a gritar:

     - Ai que estou preso no meio de uma lixeira! Acudam-me!

     Era a minha oportunidade. Aproximei-me rapidamente e fiquei deliciado: tantas redes de plástico, tantos sacos de plástico, garrafões, garrafas e outros petiscos!

      Comi tudo num instante, enquanto o Celso tremia mesmo livre das redes, certamente a pensar que eu o ia comer.

      Comecei a falar com ele:

     - Amigo Celso, eu sou um tubarão limpador do Reino da Agualândia. Como viste, comi todo o lixo que te rodeava. Eu ando à procura de tubarões porque já não somos suficientes para manter a Agualândia limpa.

      Enquanto eu falava, ele foi-se acalmando e então falou comigo.

     - Como nunca tinha visto um tubarão a falar, tenho de acreditar em tudo o que dizes. Os tubarões vivem em águas mais quentes. Vou levar-te lá, quer dizer vais levar-me lá, se não te importares de me levar às costas, como tenho visto nos filmes.

      E assim aconteceu. 

     Não foi difícil convencer os tubarões a começarem a comer plástico, quando experimentaram e viram como era delicioso. Com a limpeza que começaram a fazer nos Oceanos, começou a chegar muito menos lixo à Agualândia e nem foi preciso os Humanos conhecerem os Terrenáqueos, a não ser alguns que participaram na grande festa.

     E que grande foi a festa! Eu fui encarregado pelo rei Tutuba para convidar todos os seres dos mares e Humanos de confiança.

      O Celso Mergulhador achou que apenas o seu amigo Vítor Aventureiro e o Pirata Desempregado deveriam ir, porque nunca iriam contar o segredo dos Terrenáqueos. Ainda assim, os tubarões que viviam com os Humanos conseguiram levar para a festa convidados extraordinários: a Vaca Mergulhadora e os seus bezerros; a Pérola Falante e a sua família de Ostras Palradoras; o Polvo Orquestra, neto do polvo da história da Menina do Mar, que se perdeu no caminho porque as suas 24 patas se enlearam com a pressa; e outros, que vocês poderão imaginar!

Turma B - 3.º e 4.º ano